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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – Preambulo

Preâmbulo

Há cerca de dois séculos, antes que a ciência começasse simplesmente a focalizar sua atenção no aspecto puramente físico da natureza, a homeopatia e a alopatia caminhavam juntas para servir às necessidades de saúde da humanidade. Quando as ciências físicas começaram a ter sucesso, sua tolerância para com as idéias que não podiam ser comprovadas pelos mesmos critérios diminuiu e a homeopatia começou a sentir as pressões de uma cidadania de segunda classe. A ciência física tornou-se cada vez mais quantitativa e previsivelmente poderosa, enquanto a homeopatia começou a perder o apóio dos médicos praticantes. Apenas um pequeno encrave de médicos persistiu com confiança na prática da homeopatia até este século, e atualmente seu número está aumentando, pois as sérias falhas da medicina alopática tornamse cada vez mais evidentes para todos nós.
Podese afirmar que a preocupação com a doença e não com a saúde foi o que separou os caminhos da alopatia e da homeopatia. O corpo físico revela a materialização óbvia da doença, enquanto sua relação com os aspectos mais sutis do homem não é tão facilmente discriminada. A medicina alopática convencional trata diretamente dos componentes químicos e estruturais do corpo físico. Ela pode ser classificada como uma medicina objetiva, pois trata da natureza num nível espaço-temporal quadridimensional e, dessa forma, tem tido a mais evidente prova de laboratório para sustentar suas hipóteses físicoquímicas. Isso aconteceu porque, atualmente, a habilidade de percepção fidedigna, tanto dos seres humanos quanto da instrumentação, opera nesse nível.
A medicina homeopática, por outro lado, trata de forma indireta da química e da estrutura do corpo físico, ao tratar diretamente da substância e das energias no nível seguinte, mais sutil. Deve ser classificada como uma medicina subjetiva, em parte por lidar com a energia, passível de ser fortemente perturbada pelas atividades mentais e emocionais dos indivíduos, e, em parte, por não haver nenhum equipamento de diagnóstico que sirva de sustentação ao médico homeopata. Espera-se que num futuro próximo essa situação se transforme.
A transição atual, de preocupação com a saúde e a integridade e não com a doença, tem realçado a crescente consciência, perspectiva e importância de uma hierarquia de energias e influências sutis que determinam o bemestar humano. Nessa linha, projetei uma equação de reações com relação aos vários níveis de energia na natureza que influenciam a humanidade:

Esta equação exprime o fato de a humanidade abranger seres multidimensionais, que vivem num universo multidimensional; conseqüentemente, uma perturbação da ca deia de energia em qualquer nível causa oscilações de efeito, que ocorrem em ambos os sentidos da cadeia. A homeostase completa, no nível físico, também requer homeostase em todos os níveis subjacentes. Se eles estive¬rem em desequilíbrio, a homeostase completa não pode existir no nível físico, e a doença, finalmente, deve se materializar, de uma forma ou outra.
Se começarmos pelo nível inferior direito, com o Divino, essa equação mostrará que somos elementos que pertencem essencialmente ao Espírito, multiplicado no Divino; este Espírito, a fim de possuir um mecanismo para a experiência, tem a mente engasta da em si mesmo. A Mente é a construtora e, para ter uma experiência de aprendizagem, possui encaixadas em si duas estruturas referenciais, que se interpenetram no universo, as quais chamaremos "estrutura de espaço/tempo positiva" e "estrutura de espaço/tempo negativa". Delas brota a substância. A substância, que associamos aos componentes químicos, emprega várias formas estruturais, formas que têm função. A substância física se manifesta na estrutura de espaço/tempo positiva – ela é elétrica na natureza, possui massa positiva, tem velocidade menor do que a da luz eletromagnética, dá origem à força gravitacional e é a substância prescrita e utilizada pela medicina alopática. Considera-se como postulado que a substância etérea manifesta-se na estrutura de espaço/tempo negativa – é magnética na natureza, possui massa negativa, tem velocidade maior do que a da luz eletromagnética, dá origem à força levitacional e é a substância prescrita e utilizada pela medicina homeopática.
O ser humano comunica-se com seu ambiente através de uma variedade de cadeias integrantes de percepção e resposta que funcionam por todo um extenso espectro de relativa integridade. Quanto maior o grau de integridade das cadeias e mais baixa a entrada de alimentação para a geração do sinal interno, mais o indivíduo será sensível às perturbações do meio ambiente. Quanto mais organizados e coerentes nos tornamos no nível físico, mais evidente é nossa desorganização, incoerência e desequilíbrio em níveis mais sutis. À medida que evoluímos e nos tornamos mais integrados, a coerência se estende aos níveis mais sutis, proporcionando-lhes uma maior energização; assim, as funções individuais, no mundo físico, passam a atuar sob condições de maior fluxo energético. Dessa forma, desequilíbrios cada vez menores no sistema dispersam o fluxo energético de maneira significativa, assim que eles são detectados e diagnosticados como doença.
Essa perspectiva é notavelmente semelhante à situação que se observa durante o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de muitas tecnologias. Por exemplo, a indústria de semicondutores, que envoluiu do transístor para os circuitos integrados, está agora trabalhando por uma integração em larga escala, onde um milhão de circuitos serão dispostos numa única chapa de silicone. A qualidade do material de silicone, que funcionava bem nas aplicações em circuito nos primeiros tempos, fracassaria completa mente na atualidade, se fosse testada. Os modernos circuitos integrados têm ordens de grandeza mais exigentes do que os de uma década atrás. A nossa compreensão dos materiais é mais sofisticada, e nossa habilidade em perceber os desvios da perfeição é relativamente maior. Dessa forma, um maior grau de coerência do sistema significa que os desvios da perfeição são mais catastróficos para o funcionamento do sistema e aparecem mais prontamente.
No passado, não tínhamos irtstrumentação adequada para detectar estes níveis sutis de energia, tão relevantes para a homeopatia. Hoje, estamos apenas começando a desenvolver uma instrumentação de natureza elétrica para monitorar as respostas fisiológicas de uma cadeia de pontos da pele. Esses pontos se correlacionam bem com os desequilíbrios do corpo no nível físico e no nível seguinte, mais sutil. No laboratório e na prancheta estão sendo desenvolvidos aparelhos que irão revelar diretamente a interação da intenção mental e da cura. Dessa forma, nossa medicina futura prosseguirá em direção ao desenvolvimento de técnicas e tratamentos que possam utilizar sucessivamente , energias cada vez mais refinadas. Uma série maior de aparelhos mostrará o que monitorar ou perturbar em todos os níveis das chaves.
Uma ciência rigorosa dessas energias sutis está se desenvolvendo. Muitas técnicas e procedimentos novos se juntarão ao equipamento atual e aos métodos da prática dos médicos homeopatas. Devemos dar lugar a muitas mudanças; tanto no entendimento quanto na técnica. Devemos ter esperança de que uma comprovação adequada desses novos procedimentos será permitida e encorajada pelo atual sistema homeopático e que não sofrerão preconceito contra o "novo" do mesmo modo como, em contrapartida, sofreram discriminação, no passado, por parte do poderoso sistema médico aIopático.
Ehquanto a maré muda em favor da homeopatia, não posso pensar em nenhum outro líder e professor da matéria mais apto que George Vithoulkas para conduzi-Ia ao seu papel predestinado de liderança no campo dos cuidados com a saúde. A publicação deste manual, que li com grande prazer, se faz em tempo; ele nos fornece um conjunto de conceitos científicos e de observações experimentais para formar um sólido alicerce sobre o qual construir a ciência da homeopatia. É um novo começo – e tem um futuro promissor!

WILLIAM A. TILLER
Departamento de Ciências Materiais e Engenharia da Universidade de Stanford