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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – page 262

acordo com a importância homeo¬pática. Também consideramos, de modo geral, a organi¬zação do Repertório e de que maneira um sintoma indivi¬dual pode ser estudado nele. Estamos agora aptos a nos aprofundar na análise do caso e, também, na escolha do primeiro medicamento.
Durante toda essa exposição, veremos sempre que a análise de um caso e a escolha de um medicamento são julgamentos regulares ou matemáticos baseados em regras concretas: Isso parece ser verdadeiro em virtude das di¬ficuldades acarretadas pela tentativa de traduzir um pro¬cesso muito complexo numa linguagem clara e compreensível. As leis e princípios implicados na escolha de um medicamento, como foi descrito na primeira parte, são definitivos e verificáveis. No entanto, sua aplicação em cada caso individual é um assunto complexo; os julga¬mentos envolvidos resultam de uma fusão entre arte e ciência. O leitor não deve pensar que esse processo possa ser consumado por meio de rotinas computadorizadas ou que não levam em conta o pensamento. Nem se deve tirar a conclusão de que as prescrições dadas pelos médicos experientes sejam feitas, de certo modo, por intuição ou por processos mágicos. Existe um processo defi-nido, baseado inteiramente em leis e princípios sólidos, mas que é também artístico na aplicação individual. O homeopata usa um amplo espectro de informação do paciente combinado com um vasto conhecimento dos prin¬cípios homeopáticos e da materia medica, fundindo-os depois numa compreensão gestáltica, na qual é baseada a prescrição.
Esse processo exige um grande esforço mental, uma percepção altamente penetrante de cada paciente, bem como muito estudo. Por isso, é de se esperar que poucos terão a motivação e a paciência necessárias para aplicar esse modelo de homeopatia. Haverá sempre a tendência, por parte dos médicos, de tentarem atalhos, de descobrirem "linhas de ação" passíveis de serem utilizadas de