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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – page 241

é o seu sono?" O intelectual responde: "Bem, eu quase não durmo, mas isso com certeza deve-se à vida noturna irregular que levo" .
No final, após uma longa e complicada entrevista, o homeopata tem uma grande quantidade de sintomas, todos eles qualificados pela frase, "Sim, mas…" Nesses casos, pode não haver nenhum sintoma sobre o qual prescrever com alguma confiança. Esses são casos muito difíceis de avaliar. O homeopata deve manter-se cético com relação às explicações dadas pelo paciente intelectual e sempre questionar se a gravidade do sintoma é, na realidade, proporcional às explicações dadas. Por exemplo, muitas pes¬soas sofrem experiências traumáticas na infância ou levam um tipo de vida que exige horas irregulares de sono; mas quantas dessas pessoas desenvolvem algum medo durante a vida, ou insônia crônica? E importante ter em mente a diferença entre a "causa excitante", que os intelectuais tendem a enfatizar, e a suscetibilidade a essa causa.
Os pacientes muito instruídos também criam outra distorção. Eles assimilaram muitas teorias sobre dietas, vi¬taminas, regimes de desintoxicação, etc., e alguns até ado¬taram algumas dessas idéias, sem qualquer consideração para com a singularidade do próprio organismo. Por exem¬plo, um professor muito instruído, que sofria de febre do feno, úlcera duodenal, constipação e outros problemas, pode ter-se convencido, através de um livro sobre nutrição, de que o sal é um mal para a raça humana. Por conseguinte, evita o sal, embora este tenha sido um alimento habi¬tual, crônico e necessário, no seu caso. A química de seu organismo pode ter exigido uma quantidade de sal mais alta do que a das demais pessoas, mas, por razões intelec¬tuais, ele alterou esse equilíbrio do próprio corpo. Esse comportamento não apenas elimina o sintoma da observa¬ção, que devia ser importante para o homeopata, como também o desequilíbrio químico pode resultar em depres¬são, irritabilidade ou cansaço fácil,