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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – page 226

O paciente pode descrever um sintoma estranho à experiência pessoal do homeopata – por exemplo, o medo experimentado em meio a uma multidão. O homeopata deve imaginar de forma ativa: O que é isso? Um senti¬mento de opressão? Medo de sofrer uma agressão? Medo de não ser capaz de escapar em caso de algum desastre imaginado? Uma vulnerabilidade emocional aos sofrimentos dos que estão na multidão? Uma sensação de perda da identidade pessoal, ao ver-se imerso na identidade da multidão como uma entidade singular? A partir dessas suposições, o homeopata será capaz de estruturar questões que elucidarão de modo mais preciso o significado exato desse sintoma para o paciente. Vivendo o sintoma dessa maneira, ele também estará comunicando ao paciente seu verdadeiro interesse, além de mostrar que entende até mesmo as experiências ou os pensamentos mais íntimos do paciente.
Esse processo é idêntico ao que se relaciona com o estudo da materia medica. De início, quando nos aproxi¬mamos da materia medica, ficamos frustrados pela quan¬tidade assombrosa de dados aparentemente desconexos. Mas se nos aproximarmos de cada um dos sintomas do modo acima descrito, gradualmente o medicamento vai sen¬do visto como uma entidade integrada, viva. Cada sintoma deve ser lido com grande interesse e solenidade; a imagi¬nação deve ser posta em jogo, a fim de que a verdadeira experiência do sintoma e do medicamento possa ser vivida. Como a experiência desse sintoma se relaciona com as de¬mais? Como pode ser? Depois de meditar desse modo sobre o significado dos sintomas e sobre sua inter-relação, o homeopata gradualmente obtém um melhor entendimento do medicamento, da mesma forma como mais tarde terá uma compreensão melhor do paciente. Se um paciente sen¬te que o homeopata está interessado nele, que o entende e não o julga, ele por fim comunicará seu estado interior, ou sua essência. Assim também, se um medicamento for analisado com interesse, com compreensão,