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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – page 222

vida.
Por outro lado, um caso mal tomado pode ser a fon¬te de uma interminável frustração. Quanto mais se estuda um caso desses, mais se fica confuso sobre o que realmen¬te está acontecendo com o paciente, e qualquer prescrição baseada nessa informação será apenas uma suposição. Se a informação não for melhorada nas consultas subseqüen¬tes, é possível que um caso como esse prossiga durante anos, fragmentando-se a imagem do paciente por meio das prescrições baseadas na adivinhação, até finalmente tor¬nar-se incurável. Esse é o tipo de problema que todo ho¬meopata enfrenta nos primeiros anos, enquanto adquire experiência, mas a dificuldade pode ser minorada contan¬do com uma supervisão apropriada e um treinamento prá¬tico.
O propósito da entrevista homeopática é chegar de forma acurada à totalidade dos sintomas significativos para o paciente em todos os três níveis. É essa totalidade que expressa as perturbações patológicas no plano dinâmico, e somente deduzindo essa totalidade dos sintomas de forma acurada e completa é que a perturbação interna pode ser compreendida. Em outras palavras, é essa totalidade que expressa a freqüência ressonante da enfermidade. O en¬trevistador não está, de modo específico, apenas colhendo dados que mais tarde possam ser analisados por um pro¬cesso mecânico ou computadorizado para chegar a uma conclusão. Trata-se de uma expressão livre emitida pelas regiões mais íntimas e significativas da vida do paciente, e assim o entrevistador deve, de modo suave e sensível, en¬corajar a exteriorização da expressão desse estado íntimo.
É nesse sentido que a tomada de caso, na homeopa¬tia, é uma arte. O entrevistador pode ser comparado a um pintor que, lentamente e com um trabalho esmerado, pro¬duz uma imagem; esta representa, em sua essência, uma visão particular da realidade. O artista começa um quadro de uma determinada maneira, mas, enquanto prossegue seu