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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – Page 219

Descrever essa ruptura como estando baseada nas potências usadas pelos homeopatas não expressa adequadamente a verdadeira natureza da cisão. Os homeopatas que começaram a contestar a liderança de Hahnemann tendiam a rejeitar não apenas o uso que ele fazia de altas potências, bem como muitos dos seus demais princípios. Eram favoráveis à mistura de vários medicamentos e à prescrição de várias potências de uma só vez. Além disso achavam oportuna a repetição de medicamentos, muitas vezes durante dias ou semanas; receitavam pelo diagnóstico do órgão afetado ou pelo diagnóstico do rótulo do medicamento; prescreviam medicamentos para produzir a "drenagem" do sistema, etc. Em resumo, os homeopatas que defendiam as potências baixas, de modo geral, utilizavam os medicamentos homeopáticos de forma quase puramente alopática. Essas práticas ainda estão em voga em muitos lugares do mundo, e prejudicam seriamente a possibilidade de cura em milhares de casos.
Também é enganador descrever os homeopatas hahnemannianos clássicos como receitadores de altas potências. Um homeopata que se conforma com as leis estritas da homeopatia provavelmente fará uso de qualquer potência, dependendo das necessidades individuais do paciente. É verdade que, mais comumente, eles confiam em potências abaixo do número de Avogadro, mas sempre existem circunstâncias em que até mesmo uma potência 6X pode ser usada. Desse modo, a verdadeira cisão pouco tem a ver com as potências usadas; pelo contrário, diz respeito a toda uma filosofia e método de receitar.

[b:1svq7ed9]Capítulo 12
A tomada de um caso[/b:1svq7ed9]