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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – page 298

medicamento.
Uma circunstância determinada em que os agrava¬mentos do medicamento podem ser prejudiciais é a repe¬tição de um medicamento mal indicado. Se o homeopata interpretar mal a resposta do paciente e continuar a repetir o medicamento, o mecanismo de defesa pode ficar super¬estimulado, provocando o malefício. Isso exige uma repeti¬ção realmente excessiva e, provavelmente, só ocorreria com a mais impensada das prescrições; no entanto, trata-se de uma possibilidade teórica.
Outra circunstância dos agravamentos homeopáticos com a qual se deve ter cuidado diz respeito aos casos pa¬tológicos sérios aliados a uma constituição gravemente enfraquecida. Nesses casos, a verdadeira cura é possível desde que haja suficiente resistência para produzir um agravamento; isso exige do homeopata a maior habilidade e experiência. Nessa circunstância, um bom conhecimento alopático é importante para o homeopata; nesses casos sérios, é necessário que o homeopata seja capaz de deter¬minar quando o caso está evoluindo para uma mudança patológica séria. Deve-se então introduzir rapidamente o medicamento correto no momento apropriado, que pode ser alguns dias após a prescrição inicial. E difícil lidar com esses agravamentos, que comumente acontecem nos pacientes hospitalizados; não é provável que um homeo¬pata iniciante se confronte com essa situação. Entretanto, todo médico deve estar atento para essa possibilidade.
A doença da cólera nos oferece uma boa analogia. A maioria das doenças infecciosas cria uma reação da parte do mecanismo de defesa, que se manifesta com febre alta, mal-estar, dores musculares, anorexia, e vários outros sintomas. Na cólera, a própria reação defensiva torna-se bastante séria, podendo até matar o paciente; na verdade, não é o microrganismo que causa a morte; pelo contrá¬rio, é a grave diarréia (e a desidratação resultante) desti¬nada a eliminar as