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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – page 289

porcentagem deles posteriormente arruína o sucesso inicial, interferindo no momento errado ou por meio de medicamentos incorretos.
Tomemos como exemplo um paciente de natureza re¬lativamente "fechada", que recebeu o remédio constitu¬cional correto, mas que, na consulta de retorno, ainda tem dúvidas sobre a ação do medicamento. Ele não quer ser muito otimista; desse modo informa que não notou nenhu¬ma mudança definida. Então, o homeopata retoma o caso, nota apenas algumas mudanças, que prontamente são ex¬plicadas por fatores ambientais, e decide dar um novo me¬dicamento, tendo em vista que não ocorreu nenhuma mu¬dança significativa. Ao reestudar o caso, o medicamento inicial ainda parece ser muito bom, mas como aparente¬mente não funcionou, é receitado um segundo medica¬mento. Na consulta seguinte, ainda parece que houve pou¬co progresso, e, assim, é tentado outro medicamento. Após cinco meses de receita, o paciente finalmente comenta: "Sabe, de todos os remédios que você me deu, aquele pri¬meiro parecia o melhor; eu me lembro de algumas mudan¬ças nítidas naquela época". Esta é a situação mais exas¬perante para um homeopata, pois depois de tantos medi¬camentos não é mais possível simplesmente repetir o me¬ ,dicamento inicial; o caso pode ter-se tornado tão desnor¬teante que o medicamento inicial já não seria o indicado, ou tão confuso que seria mesmo difícil discernir o quadro atual.
O perigo de julgar mal a resposta durante a segunda entrevista pode ser tão sério que, às vezes, recorro a algu¬mas medidas drásticas. Se suspeito que um paciente assim "fechado" está retendo a história verdadeira, posso dizer: "Está bem. Como parece não ter ocorrido nenhum pro¬gresso, sou forçado a fazer outra prescrição. Esperemos que ela não interrompa nenhum efeito benéfico que possa estar ocorrendo por causa do primeiro medicamento". Logo que o paciente perceber, com esta ameaça, que as prescri¬ções seguintes podem