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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – page 224

algumas perguntas discretas feitas durante a narrativa do paciente, ouvida com grande cuidado e atenção. Se o entrevistador estiver sinceramente interessado, o paciente se sentirá mais motivado a fornecer a informação necessária.
Não deve haver nenhuma implicação de julgamento por parte do médico. Os sintomas comunicados pelo paciente devem ser aceitos com interesse, mas sem nenhum julgamento. Não se deve dar conselhos, e as recomendações morais devem ser evitadas. Se o paciente se sentir julgado, provavelmente se retrairá, recusando-se a divulgar a infor¬mação de maior valor.
Uma mente sem preconceitos por parte do médico é importante não apenas para a comodidade do paciente e sua liberdade de expressão, como também para a própria habilidade do médico em perceber a verdade do caso. Freqüentemente, a tendência é tentar catalogar os sintomas em interpretações baseadas nas experiências anteriores ou no conhecimento da materia medica. Esse processo é de certa forma inevitável, devendo a entrevista ser muito cau¬telosa a esse respeito. Deve-se ter muitas suspeitas acerca de qualquer tentativa habitual ou inconsciente de encerrar a expressão do paciente em categorias preconcebidas.
Essa é a essência da abordagem empírica do medicamento; ela é descrita de modo excelente no Aforismo 100, de Hahnemann.

"… é irrelevante se alguma coisa semelhante já apa¬receu ou não antes no mundo com o mesmo nome ou com outro. A novidade ou peculiaridade de uma doença dessa espécie não faz nenhuma diferença, seja no modo de exa¬miná-Ia como no de tratá-Ia, visto que o médico deve, de qualquer maneira, olhar o quadro puro de cada doença dominante como se ela fosse alguma coisa nova e desconhecida, e investigá-Ia completamente por si mesmo se for sua intenção praticar a medicina de um modo real e radi¬cal, jamais