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HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – Page 161

predisposição para uma doença séria per se em certas famílias e não em outras. Por exemplo, um paciente pode desenvolver sintomas de colite ulcerosa na juventude, embora ninguém de sua família tenha tido colite; ao pesquisar-se a história da família, no entanto, descobre-se que os pais e avós foram doentes a maior parte da vida, vítimas de diferentes enfermidades. É muito raro uma pessoa adquirir uma doença crônica séria quando jovem se os ancestrais foram todos saudáveis até idade avançada.
Sabe-se que a composição genética, o ADN, de um indivíduo desempenha um papel na formação da predisposição hereditária à doença, mas isso não é tudo. Como veremos mais adiante, é possível que um pai adquira uma enfermidade cuja influência pode ser transmitida aos filhos, embora não tenha ocorrido nenhuma mudança conhecida na estrutura genética do pai. Levando em consideração o plano dinâmico, é muito fácil imaginar como isso aconteceu. Se a força vital estiver significativamente enfraquecida nos pais, o campo eletrodinâmico do filho pode ser, do mesmo modo, enfraquecido no momento da concepção.
Dá-se o reconhecimento clínico dessa causa mantenedora da doença quando vemos um paciente voltar ao consultório mais de uma vez com a mesma queixa ou com outra semelhante, embora os medicamentos homeopáticos pareçam ter agido bem em cada crise aguda. Nestes casos, parece que os medicamentos afetaram o mecanismo de defesa num nível insuficientemente profundo de sua predisposição. Foi por ter se sentido frustrado com esses casos que Hahnemann devotou os últimos anos da sua vida à pesquisa das causas dessas profundas predisposições. Tais investigações, finalmente, levaram à sua terceira contribuição mais importante para a medicina: a teoria dos miasmas.
No Aforismo 72 do Organon, Hahnemann descreve suas observações iniciais sobre tal matéria.