Books

HOMEOPATIA: CIENCIA E CURA – Page 128

"Para mim, foi uma agonia estar sempre no escuro quando tinha que curar o doente e prescrever, de acordo com essa ou aquela hipótese relacionada com as doenças, substâncias que tinham o seu lugar na matéria médica, por uma decisão arbitrária… Logo depois do meu casamento, renunciei à prática da medicina para não mais correr o risco de causar danos e me dediquei exclusivamente à química e às ocupações literárias. Mas tornei-me pai, e doenças sérias ameaçavam meus amados filhos… Meus escrúpulos duplicaram quando percebi que eu não lhes podia dar nenhum alívio".
Ele voltou à profissão de tradutor de trabalhos médicos, mas sua mente inquiridora estava sempre à procura dos princípios fundamentais sobre os quais devia se basear a terapia. Foi enquanto traduzia a edição da matéria médica de Cullen que deparou com a idéia que o levou à revolucionária descoberta. Cullen era professor de medicina da Universidade de Edimburgo e havia devotado vinte páginas de sua matéria médica às indicações terapêuticas sobre quina, cujo sucesso no tratamento da malária ele atribuía ao fato de a erva ser amarga. Hahnemann estava tão insatis¬feito com essa explicação que decidiu prová-Ia ele mesmo, ato completamente inusitado na época. Diz ele:
"Tomei, como experiência, duas vezes ao dia, quatro dracmas de boa quina. Meus pés e as extremidades dos dedos logo ficaram frios; fui ficando lânguido e sonolento, depois ocorreram palpitações de coração e o pulso ficou fraco; ansiedade intolerável, tremor, prostração de todos os meus membros; em seguida, latejamento na cabeça, vermelhidão das faces, sede, e, resumindo, apareceram todos esses sintomas, que são ordinariamente característicos da febre intermitente, um após o outro, sem, no entanto, o frio peculiar e o calafrio.
Em suma; até mesmo esses sintomas que ocorrem regularmente e são especialmente característicos – como o embotamento da mente,